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Amaci





Vovó Maria Conga:

"Meus filhos,

Aproxima-se o momento de realização do amaci, que como todos sabem é oportunidade sagrada de reencontro com os guias dentro da faixa vibratória do orixá regente de cada um.

Saudemos nanã, orixá que nos sustenta na magia desde a fundação desta choupana.

Que seu axé – força - se faça presente em cada um dos presentes.

Nanã, mãe grandiosa da magia dos orixás, vibratóriamente reside nas águas paradas dos fundos dos lagos e em todas as nascentes aquosas planetárias.

Simbolicamente representa as águas primordiais que Deus criou e usou na terra, formando a lama, o barro para moldar os corpos e abrigar neles os espíritos que habitam o planetinha azul, assim como o sopro enche um balão.

Que as águas sem movimento do fundo dos lagos acalmem as agitadas mentes de vocês e fixe-as na estabilidade da criação.

Deus cria incansavelmente e está sempre junto de suas criações. Antes de mergulharem no fundo do lago límpido do espírito, deixem na beira, no encontro das marolas com a areia, ali onde as folhas secas que caíram das árvores formando uma pasta lodosa e putrefata, fazendo-se húmus nutriente para as flores e ervas ribeirinhas, as negatividades de cada um de vocês, aquilo que mais os incomoda para que a força transformadora da natureza, ao tornar as folhas secas em potente adubo, ao mesmo tempo purifique e nutra os corpos e chacras dos filhos para o encontro sagrado que acontecerá em breve durante o amaci.

Todavia, qualquer energia da natureza se torna estéril e sem efeito se não acompanhada da conduta moral elevada e dos atos contínuos na busca da manutenção do estado elevado da alma. Vigiem mas não fiquem “só” na vigilância, igual ao pássaro que tem asas e não voa.

Tenham atitudes e ações diárias compatíveis com o que receberão durante os próximos dias libertando-se da gaiola que os prende a si mesmos. É na consciência de cada um que reside a perenidade do espírito.

Salve todos os pretos, pretas, tios, tias, vovôs e vovós da nossa umbanda amada.

Salve a magia africana ancestral e o nosso senhor Jesus Cristo."


Nota:

Amaci: muito resumidamente, podemos dizer que é um banho de ervas maceradas que é feito na cabeça do médium para fortalecimento do seu tônus mediúnico. Se Jesus foi batizado por João Batista, à beira do Rio Jordão, para que a sua coroa mediúnica vibrasse em toda a sua potencialidade com o Cristo Cósmico, quem somos nós para dispensar o amaci, que também é um tipo de batismo na umbanda.


"A todos que olham, a todos que estão aqui,
Muita atenção hoje é dia de amaci.
Filhos de fé respeitai o pano branco,
Babalaô, preparou seu banho Santo.
Filhos de fé, respeitai pemba e congá,
Dentro da Lei, vem saudar teu Orixá.
Saravá Ogum,
Tenho a cabeça lavada,
Fiz meu batismo na Umbanda,
Hei de louvar os meus Guias..."

Postado por Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade
Dirigente: Norberto Peixoto


O amaci é um banho de ervas, realizado na coroa do médium, com a finalidade de lhe fortalecer o tônus mediúnico. É um reforço na ligação entre o médium e guia espiritual, melhorando cada vez mais este canal, trazendo mais segurança na mediunidade consciente do aparelho.

Como é feito este banho? 

O amaci é uma mistura de ervas frescas, escolhidas de acordo com os Orixás, macerada com água de cachoeira, do mar ou da chuva. Esta mistura, depois de preparada, deverá ser devidamente magnetizada em ritual próprio na frente do Congá, realizado pelo sacerdote.

Os vegetais em geral atuam como condensadores das energias vitais vindas do Sol, o prana. Eles são importantes reservatórios do éter vital, contendo em si os quatros elementos planetários: terra, fogo, ar e água.

A água provinda da natureza, dos sítios vibracionais de Oxum, Yemanjá e Nanã Buruquê, gravarão em seus cristais todo o axé acumulado nas ervas maceradas juntamente com a energia do Congá.

Esta mistura energizada será aplicada pelo sacerdote junto com seu guia espiritual, na região localizada atrás do crânio dos médiuns, sendo massageado na altura do bulbo raquidiano, diretamente numa linha vertical com a glândula pineal ou epífise. Esta glândula é o centro psíquico de recepção da mediunidade, ligado ao chacra coronário.

Como este chacra faz a ligação do nosso corpo denso aos corpos superiores, isto é, com o plano espiritual, recebendo esta energia potente do amaci, passará a girar no sentido e velocidade adequados, aumentando e/ou facilitando a ligação médium/mentor.

Consequentemente, como em cascata, todos os outros chacras receberão esta energia, fortalecendo-os, harmonizando-os, enfim, adequando o corpo etérico e astral do médium para os devidos trabalhos mediúnicos.

Mas o trabalho espiritual não acontece somente no dia do ritual. Os médiuns serão trabalhados astralmente pelos guias da casa nos sete dias que antecedem ao ritual propriamente dito, dentro da necessidade mediúnica de cada um.

Neste período de sete dias é aconselhado ao médium se proteger vibratoriamente de conflitos, animosidades ou qualquer outra situação que o leve ao desequilíbrio emocional e mental. Por quê? Porque quando nos desequilibramos a nossa vibração fica mais densa, dificultando a sintonia com o trabalho dos nossos amigos espirituais.

Poderá acontecer, também, dos médiuns ficarem mais sensíveis, sentindo certa melancolia ou saudade de algo ou de algum lugar que não conseguem explicar de onde seria.

É muito grande a importância do ritual do amaci para o médium umbandista. 

Passamos um ano inteiro trabalhando em parceria com os espíritos que labutam na egrégora da Umbanda, os nossos queridos pretos velhos, caboclos, exus, marinheiros e tantos outros, no embate direto com forças negativas no Astral Inferior. No final do ano estamos como pilhas ou baterias fracas, necessitando recarregar para continuar na empreitada assumida antes de reencarnar.

Se Jesus, nosso amado Mestre, espírito de grande escol, se utilizou do batismo no seu coronário, aplicado por João Batista à beira do rio Jordão, com a finalidade de tornar-se Um com o Cristo, por que nós simples médiuns umbandistas iremos dispensar tal ritual?

Fontes de pesquisa: livro "Umbanda Pé no Chão" - Mediunidade e Sacerdócio - 
Norberto Peixoto

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