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O transplantado não assume a alma de seu doador



O transplantado não assume a alma de seu doador

É estranha, para mim, a maneira como alguns americanos lidam com a espiritualidade, às vezes, penso que não a possuem ou, se a possuem, de alguma forma a negam ou abafam. 

Digo isso porque assisti a um filme chamado: " Em busca do coração de David", cujo enredo trata da história de uma garota que "perdeu" seu irmão num acidente.

O rapaz em questão era doador de órgãos, portanto, seu coração foi transplantado. Acontece que a garota, inconformada com a morte de seu irmão mais velho, resolveu procurar a pessoa que havia recebido seu coração acreditando que, por essa razão, a pessoa transplantada adquiriria a alma de seu irmão, ou seja, que de alguma forma, o irmão morto viveria através da pessoa que recebera seu coração. 

A falta de conhecimento, aliada a um filme desse teor, pode confundir e desorientar as pessoas que vivem o mesmo drama ou algo parecido.

A relação da garota com seu irmão era doentia. Ela dependia muito dele emocionalmente e o sentimento de posse, em relação ao irmão, era muito forte, portanto, doente. Combinação perigosa de sentimentos que resultou a não aceitação da "perda".

Por crer na continuidade da vida após a morte e por ter tido acesso aos estudos espíritas, assisti ao filme pensando na quantidade de confusão que o mesmo pode ter causado a um número considerável de pessoas." Ao corpo o que é do corpo. E ao espírito o que é do espírito", nos disse Jesus, ou seja, o fato de uma pessoa receber um órgão de outra não quer dizer, de forma alguma, que ela absorverá seu espírito ou preferencias, tornando-se uma pessoa diferente daquela que era.

Isso não existe.

O transplantado continuará sendo ele mesmo e o desencarnado idem, porém em outra dimensão e realidade.

O destino do corpo é perecer e o da alma viver. Cada ser encarnado num corpo é um espírito único vivendo uma experiência física.

Pessoas que vivem a vida de forma material, sem se preocuparem com seu espírito e religiosidade, são como a garota desconsolada e inconformada com a única certeza que todos temos em nossas vidas. Por essa razão ela move "mundos e fundos" até encontrar a pessoa, no caso, um menino, que recebeu o coração de seu irmão chegando ao cúmulo de questioná-lo por em nada se parecer com ele. Cena triste, porém, que nos faz pensar em quantas pessoas já pensaram, ou irão pensar como ela assistindo ou não ao filme.

Ser doador de órgãos é um ato de amor, uma ação pela vida que precisa continuar a sua experiência na Terra, por isso existe o conhecimento que permite que o homem a execute.

Deus concedeu ao homem a sabedoria e a habilidade para tanto, por isso, tanto um quanto o outro estão vivendo uma experiência de maturidade da alma.

Doador e receptor vivendo a experiência da solidariedade e não um vivendo no outro como ingenuamente pensam alguns.

A cena mais triste do filme, e ao mesmo tempo, a mais constrangedora para o personagem do transplantado, foi quando a garota pede para ouvir o coração do menino que, pela inconsequência dela, passa a se sentir culpado pela morte de seu doador. Vejam até onde pode chegar a irresponsabilidade de alguém que por falta de resignação diante dos fatos, age dessa forma.

Crer na reencarnação e na continuidade da vida após a morte diluem problemas como esse e são fatos já comprovados de maneira inquestionável, mas, crer ou não é uma opção.

Esse é um assunto delicado que poderia até resultar num livro, quem sabe?

Enfim, o filme termina quando satisfeita, após promover um grande alvoroço na vida de muitas pessoas, a garota entende que pessoas ao nos "deixarem" pelo fenômeno natural da morte, passam a viver sim no coração de quem fica e sente saudade, e não no órgão que serviu para que outro seguisse sua vida e experiência na carne.

Fica aqui o esclarecimento e quem vier a se interessar pelo assunto, procure na literatura espírita e leia buscando compreender a vida como ela é no corpo e na alma.

Anna Pon


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